Faz muito tempo que não escrevo. Nestes muitos anos parece que essa paixão morreu dentro de mim... o que é bem triste.
Desde o último post aconteceram muitas coisas e pouco sobrou da menina que começou esse blog há mais de uma década.
Não foi de tudo ruim, mas houve muita transformação necessária e nem tão necessárias assim... coisas da vida.
Hoje aos 29 anos, olho pra trás e vejo que a mulher que sou hoje é fruto de muito aprendizado que construí ao longo de todos estes anos mais duros em que estive ausente do blog.
Como um breve resumo do que aconteceu:
Me formei na faculdade e no curso técnico; fiquei noiva; trabalhei; entrei no curso dos meus sonhos (2a graduação); comecei um negócio próprio: perdi pessoas queridas; me juntei com o noivo; adotei a gatas; engravidei e dei à luz à minha filha; me separei do pai dela e atualmente estou vivendo em isolamento social sozinha com a minha bebê devido à pandemiade corona vírus.
Tenho a dizer que nada que passei por todo o tempo que escrevi aqui é tão massacrante quanto ser mãe. É uma vida muito solitária onde ninguém te parabeniza por nada e te critica por todos os mínimos detalhes...
É uma eterna anulação de si mesma pra que uma outra vida seja plena.
Acho que a depressão que começou lá atrás voltou a bater bem forte na minha porta. Não me lembro a última vez que sorri pra minha filha. Toda a carga e frustração de sequer conseguir ir ao banheiro por 2 min em paz é direcionada a ela que não tem culpa de nada.
O meu relacionamento com o pai dela chegou ao fim por inumeros fatores, mas dentre eles existia uma intensa sobrecarga do meu papel como mãe porque ele não agia como pai e eu tinha que suprir e aguentar a rotina de ser a última a comer, dormir, tomar banho, etc
Enfim. Ser mãe é algo difícil de conciliar com qualquer coisa. É como se eu tivesse sido sugada por um vórtice e nele habitemos apenas minha filha e eu. Apesar do meu trabalho e estudos ainda me cobrarem assiduidade, é bem raro que consiga equilibrar meu dia pra ter algum rendimento em ao menos um deles.
Eu amo minha filha, mas odeio ser mãe sem rede de apoio. As pessoas ao redor querem apenas os sorrisos e fotos. A parte do trabalho duro deixa com a mãe. Foda-se que ela precisa escolher entre dormir ou fazer alguma coisa que é impossível de ser feita com a bb acordada. (Sem falar que a criança nem dorme muito tempo continuamente pra que alguma tarefa acadêmica seja desenvolvida)
Estou tão cansada de tudo isso.
Queria ter apoio. Gente que chega junto e que olhasse minha filha por 1h pra que eu pudesse voltar a ter algum tempo pra mim. Sem ficar me interrompendo a cada 5 min pra dizer que a criança me quer... 😒
A minha única esperança de oferecer uma vida melhor pra ela sou eu. É terminando essa faculdade que novos horizontes se abrirão pra nós duas. É uma oportunidade de vida que meus pais não puderam me proporcionar e que eu queria ter tido.
Me sufoca saber que as pessoas que conscientemente não me apoiam estão condenando a mim e a ela a ter uma vida ordinária sem chance de maiores realizações. É sufocante pensar que nadei tanto pra morrer na praia mais uma vez.
O estresse é tão grande que sinto arder do meu estômago à minha garganta. Me consumo em preocupação do que será no futuro por ela.
Me culpo por ser mesquinha. Por pensar em mim. Mas tb percebo que sou a única a pensar em mim. Todos estão ocupados demais focando em suas próprias vidas (até mesmo o pai dela) para dispensarem um momento pra aliviarem a carga que é ser responsável por uma vida, sem cessar, sendo engolida e anulada com sucesso.
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Desde o último post aconteceram muitas coisas e pouco sobrou da menina que começou esse blog há mais de uma década.
Não foi de tudo ruim, mas houve muita transformação necessária e nem tão necessárias assim... coisas da vida.
Hoje aos 29 anos, olho pra trás e vejo que a mulher que sou hoje é fruto de muito aprendizado que construí ao longo de todos estes anos mais duros em que estive ausente do blog.
Como um breve resumo do que aconteceu:
Me formei na faculdade e no curso técnico; fiquei noiva; trabalhei; entrei no curso dos meus sonhos (2a graduação); comecei um negócio próprio: perdi pessoas queridas; me juntei com o noivo; adotei a gatas; engravidei e dei à luz à minha filha; me separei do pai dela e atualmente estou vivendo em isolamento social sozinha com a minha bebê devido à pandemiade corona vírus.
Tenho a dizer que nada que passei por todo o tempo que escrevi aqui é tão massacrante quanto ser mãe. É uma vida muito solitária onde ninguém te parabeniza por nada e te critica por todos os mínimos detalhes...
É uma eterna anulação de si mesma pra que uma outra vida seja plena.
Acho que a depressão que começou lá atrás voltou a bater bem forte na minha porta. Não me lembro a última vez que sorri pra minha filha. Toda a carga e frustração de sequer conseguir ir ao banheiro por 2 min em paz é direcionada a ela que não tem culpa de nada.
O meu relacionamento com o pai dela chegou ao fim por inumeros fatores, mas dentre eles existia uma intensa sobrecarga do meu papel como mãe porque ele não agia como pai e eu tinha que suprir e aguentar a rotina de ser a última a comer, dormir, tomar banho, etc
Enfim. Ser mãe é algo difícil de conciliar com qualquer coisa. É como se eu tivesse sido sugada por um vórtice e nele habitemos apenas minha filha e eu. Apesar do meu trabalho e estudos ainda me cobrarem assiduidade, é bem raro que consiga equilibrar meu dia pra ter algum rendimento em ao menos um deles.
Eu amo minha filha, mas odeio ser mãe sem rede de apoio. As pessoas ao redor querem apenas os sorrisos e fotos. A parte do trabalho duro deixa com a mãe. Foda-se que ela precisa escolher entre dormir ou fazer alguma coisa que é impossível de ser feita com a bb acordada. (Sem falar que a criança nem dorme muito tempo continuamente pra que alguma tarefa acadêmica seja desenvolvida)
Estou tão cansada de tudo isso.
Queria ter apoio. Gente que chega junto e que olhasse minha filha por 1h pra que eu pudesse voltar a ter algum tempo pra mim. Sem ficar me interrompendo a cada 5 min pra dizer que a criança me quer... 😒
A minha única esperança de oferecer uma vida melhor pra ela sou eu. É terminando essa faculdade que novos horizontes se abrirão pra nós duas. É uma oportunidade de vida que meus pais não puderam me proporcionar e que eu queria ter tido.
Me sufoca saber que as pessoas que conscientemente não me apoiam estão condenando a mim e a ela a ter uma vida ordinária sem chance de maiores realizações. É sufocante pensar que nadei tanto pra morrer na praia mais uma vez.
O estresse é tão grande que sinto arder do meu estômago à minha garganta. Me consumo em preocupação do que será no futuro por ela.
Me culpo por ser mesquinha. Por pensar em mim. Mas tb percebo que sou a única a pensar em mim. Todos estão ocupados demais focando em suas próprias vidas (até mesmo o pai dela) para dispensarem um momento pra aliviarem a carga que é ser responsável por uma vida, sem cessar, sendo engolida e anulada com sucesso.