Muitas dessas vezes estou analisando situações que outras pessoas viveram, como agora lendo um texto, de um amigo querido que terminou um relacionamento nada amistosamente. Ele sofreu muito, deu uma sumida do mapa, quis acabar com tudo e chutar o pau da barraca, pois assim como eu, ele é bastante desestabilizado quando leva um pé-na-bunda.
Na real eu comecei a sentir pena dele, e depois comecei a pensar em porque ele sofre tanto por algo que não tem mais jeito, sabe.
Mas percebi que a minha vida se reflete na dele e a dele na minha. E agradeço a Deus pelo destino não ter nos unido em algum ponto. Isso seria desastroso. Verdadeiramente desastroso.
Estamos, ou melhor, estávamos no mesmo barco. Aprendi com o tempo que não adianta lutar contra a maré, é esperar ela baixar, ou mesmo esperar que a correnteza me seja favorável, o que nem sempre acontece.
Ele ta demorando um pouco a entender isso, mas posso compreendê-lo, é difícil esquecer, difícil apagar marcas da rotina com alguém querido e amado.
É intenso, você convive com alguém várias horas do seu dia, e maneja seus horários e compromissos apenas para ter tempo livre – um fim de semana que fosse – para passar com alguém especial.
Quando isso termina, de verdade, não é fácil. A gente se acha um lixo, talvez até pior que isso, porque estamos mais por baixo que tapete de porão.
E o desejo que vem é de vingança, sejamos sinceros. Não rola nenhum tipo de ‘fique bem’ porque nós estamos super mal. E a única coisa que eu desejei ao meu ex foi que ele sofresse e chorasse dez vezes aquilo que ele me fez passar.
Na real, ele me magoou, me fez ficar super para baixo, mas quem estava se penitenciando e chorando feito as Cataratas do Niágara não era ele, fui eu quem escolhi ficar me lamuriando do fim. Talvez eu devesse aprender isso muito antes de ter acontecido com ele. Mas foi depois desse fim meio trágico que aprendi que devo ‘sacudir a poeira e dar a volta por cima’. Lamento que ainda existam pessoas se remoendo de ódio e querendo vingança de quem lhe magoou. Mas essa é a vida. Fazemos escolhas, e optar sempre imputa um abandono, de um jeito ou de outro. Não dá para escolher duas coisas. E a prioridade nem sempre vai ser o relacionamento. Daí talvez venha a sensação de humilhação dos relacionamentos fracassados. Não é o fim em si, é a troca que ocorre entre parceiro por outra coisa qualquer. A gente quando chutado acredita que isso tudo é muito frívolo. Que não faz sentido terminar um relacionamento apenas por isso ou aquilo. Mas quando somos quem tem o papel de carrasco o lance muda de figura. Posso dizer por que já fiz essa escolha difícil. Quando eu tive de escolher entre formação e relacionamento; a pressão alheia sobre quem eu deveria ser no futuro pesou mais do que o que eu sentia. Infelizmente, depois me arrependi da decisão, o que não adiantou muita coisa.
Mas essa é a vida, essas são as regras e a gente não pode fazer muito quanto a isso...
"Quantas vezes dissemos
estar certos de que
não iríamos nos machucar
e prometemos tanto
do que sabemos que
nenhum de nós poderia cumprir
só pra estarmos outra vez
fingindo que o dia ia passar
e se esquecer. "
(Tijolos amarelos ~Dance of Days)
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