quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Sobre fins

Tá doendo pq eu me dei conta que eu não tenho amor ou cuidado.
Ontem eu estava muito deprimida por coisas ruins que me aconteceram, chorei muito e tive muitas ideações suicidas... postei um texto sobre isso no status e chorei até dormir. 
Acordei pensando que devia apagar para não preocupar a pessoa que dizia me amar, mas nas visualizações já tinha o seu nome. Todavia não recebi uma msg ou ligação por medo de me perder... Nos stories da pessoa tinham fotos dela com um alguém que lhe fez mal, mas ambos muito felizes fazendo compras no shopping.. 
Se eu tivesse feito o que pretendia, aquela hora do status já não estaria mais nesse plano. 
Repassei todo o meu relacionamento com aquela pessoa e eu sempre quem corria a cuida-la e consolá-la ... quando cobrada ela dizia que eu devia ensiná-la como cuidar de mim, mas pensando bem ela sempre se antecipa aos cuidados de qualquer outra pessoa que não fosse eu.
Lembrei daquele texto: não devia estar lutando por um lugar na sua vida, simplesmente ponha-me lá... ou algo assim
Exclui essa pessoa de todas as redes sociais, não mandei uma msg sequer e descobri que ao não fazê-lo simplesmente não recebi uma mensagem de quem dizia se importar... 
Eu era útil, mas não respeitada como igual.. 
Numa das piores fases da minha depressão passei a me comportar como pessoa de segunda classe. E aquela pessoa? Se sentiu confortável em me tratar como subalterna... pq sim, sempre foi sobre isso e só eu que não tinha me dado conta de quão real era.
Eu chorei, não por ele, mas porque em toda minha vida foi assim: pessoas vieram e se foram, usando o que podiam  do meu corpo e da minha alma enquanto eu era "interessante". E me descartaram quando foi conveniente. Pq eu não valho a pena, não valho o investimento/gasto/custo/esforço 
A pessoa anterior valia X ação.
A pessoa posterior fazia sentido realizar Y investimento. 
Só a mim nunca faz sentido nada, eu aceito qualquer coisa mesmo...
Eu n sei o que é o amor e assim as migalhas que caem da mesa me parecem muito atraentes. Por elas dou tudo o que posso, até não poder dar mais, daí sou taxada de egoísta e injusta, mas cadê meu retorno? Cadê a reciprocidade? 
Gente como eu não merece isso.
Gente como eu nasceu pra ser estepe, fast foda,  ou qualquer nome que queira designar como um passatempo em que só eu não tava sabendo que era jogo de interesse onde um obtém uma vantagem em detrimento de algum sacrifício alheio.
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terça-feira, 5 de setembro de 2023

Fora de mim

Imparável
Essa palavra existe?
Trabalho intelectual e (eventualmente) braçal como advogada, estudo (muito estudo!) para terminar essa bendita faculdade de medicina, TCC (longo e trabalhoso que inventei de embarcar), projeto de extensão (que criei e não sei como desenvolver e o povo acha que eu sou algum tipo de guru ou coisa que o valha), ligas acadêmicas (e seus mais variados afazeres para me manter ativa e merecedora de horas complementares), atividades escolares da filha (oficinas, passeios, etc.), levar/buscar na escola, e  nas terapias, administrar reuniões das terapias e da escola, regular todos os horários (dormir, comer, estudar) de outro ser humano, ser sociável/amável, ter tempo para ouvir/falar com familiares e amigos, cuidar de mim (quando e com que dinheiro?)

Me sinto sem descanso, incapaz de ter um minuto de respiro por longos dias ou semanas
Todo mundo quer que eu aguente mais um pouco, que me esforce um pouco mais... como se eu já não estivesse fazendo isso todos os dias da minha vida.

Aqui dentro é uma bagunça, os dias turbulentos tem sido rotina, as oscilações de humor tornaram a minha vida um inferno, mais uma vez.
Cuidar da saúde mental é luxo e não podido fazer isso por mim, já são meses sem medicação e os efeitos são palpáveis
As  vezes que a crise vem é forte e avassalador, e eu só quero que tudo pare para eu poder não fazer tanta bosta, mas a vida lá fora não para... Não posso simplesmente pedir por clemencia.
Quero poder ser normal e me orgulhar de fazer os pratos se equilibrarem e girarem nas varetas, mas eu estou quebrando 15 pratos por hora e colando os cacos para reutiliza-los logo depois.

Ainda assim estou completamente racional com algumas questões, abandonando o barco antes que afunde com ele, impedindo que os danos sejam ainda mais profundos emocionalmente... porque eu já vivi o suficiente pra saber quando algo tem tudo pra não dar certo.
De outro ponto de vista, não consigo pensar em como desenvolver resiliência/paciência para esperar que as coisas melhores. Estou sempre na ansiedade de querer que as coisas sejam pra já, pra ontem.... e me entristeço por não ser assim, por ter que esperar - um tempo indefinido - para ter possibilidade de realizar algumas coisas que para outras pessoas parece trivial.

Falando nisso eu não posso desistir de tentar conquistar o básico para mim e para a minha filha, mas pra isso eu preciso voltar com meus remédios, pois sem eles não sou ninguém
na verdade sem eles eu sou alguém desprezível

Queria ser normal, queria ter uma vida normal...

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