quinta-feira, 16 de julho de 2020

Sobre amor e recomeços

Há muitos anos fiz um post aqui sobre o amor.
Naquele tempo eu nada entendia sobre o amor. Era tudo muito idealizado. 
O amor que uma adolescente buscou não necessariamente é o amor que uma adulta buscará.
Talvez sejam tipos diferentes de amor ou pessoas diferentes (apesar de sermos a mesma) buscando um sentimento em momentos e com bagagens emocionais distintas.
Aquela menina queria um amor avassalador pra durar a eternidade. A mulher de hoje quer ter a sorte de um amor tranquilo, como diz a canção.

O amor como todas as coisas na vida é feito de reciprocidade. Na lealdade, na fidelidade e no que norteia aquelas vidas...
Nem sempre as coisas ocorrem conforme o script d a vida mostra que sempre teremos a oportunidade de nos reinventarmos e seguir adiante de alguma forma que embora não planejada também funciona e tudo bem.

Cada novo ciclo implica em perder algo. Um recomeço é um renascimento seguinte a uma morte.
Me separar sepultou um sonho. O sonho daquela menina que começou esse blog.
A mulher que hoje escreve sobre o amor é outra pessoa. Os caminhos que percorri me fizeram apagar diversas vezes a chama dos meus sonhos.
Hoje restam brasas que às vezes soltam fagulhas. As mesmas pessoas que podaram meus galhos, hoje criticam minha estrutura desigual... as mesmas pessoas que cortaram minhas asas criticam meu receio de alçar voo.

Aos poucos vou me cuidando e lambendo minhasferidas. Pensando se algum dia algum daqueles sonhos ainda vai voltar a arder dentro de mim.
Há dias em que penso terem me tirado tudo
Há dias em que penso em dias melhores...
Tento cuidar de mim, pois há muito havia me colocado em stand by
Tento me olhar com mais carinho.
Embora muita gente tivesse me dito elogios ao longo da vida, foram as críticas destrutivas e comportamentos humilhantes de alguns que imprimiram uma baixo auto estima voraz.
Hoje vendo as fotos da minha juventude (porque sim, ja não me sinto tão jovem assim) percebo que eu foquei tanto nas coisas ruins que diziam sobre mim que esqueci de me olhar com carinho.  Vejo fotos de uma menina doce, meiga, que tinha medo da vida, que tinha grandes sonhos e que embora ja tivesse passado por situações muito difíceis na vida, ainda mantinha a bondade com os outros.
Modéstia à parte  era uma menina bonita que nunca se sentiu assim por se comparar às demais. Por ser fora do padrão.  Por não ser popular. Por não ser outra pessoa.
Hoje ainda tenho críticas a mim. Penso que daqui há alguns anos devo olhar minhas fotos e pensar que devia ter sido menos cruel comigo mesma... mas espero que seja em menor grau de arrependimento do que tenho hoje ao olhar pras fotos de quando tinha 15 anos e era um mar de inseguranças.

O recomeço daquele tempo foi cheio de coragem.
Apesar de doloroso pro que eu sabia da vida até então.
O recomeço de hoje é fruto de muita evolução pessoal. É fruto principalmente do nascimento da minha filha que me transformou profundamente e me cobra um posicionamento frente ao mundo que a fortaleça.

Ninguém se casa (ou mora junto como foi meu caso) para se separar. Todavia, é uma possibilidade.
Agradeço às pessoas que me apoiam para que possa ter chance de recomeçar.
Infelizmente ter apoio não é uma realidade
 Então as mulheres precisam entrar em relacionamentos com os pés no chão e os olhos bem abertos para qualquer questão que fira sua integridade física ou psicológica.
Identificar os próprios limites é importante.  Conhecer as diferenças de socialização de homens e mulheres também.
Não falo pra minha filha sobre casamento.
Essa escolha não é compulsória e ela não precisa estabelecer isso como uma meta de vida (sem a qual é considerada fracassada).
Há muitas maneiras de ser feliz e cabe a cada um descobrir o seu próprio caminho.

Espero que eu esteja no rumo certo

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